sábado, 28 de outubro de 2023

A Associação de Comunicadores e profissionais da imprensa do Nordeste (ADCPIN), é uma associação sem fins lucrativos, entidade representativa da Imprensa do Nordeste com atuação nacional.

Nossa caravana vai a Brasília, debater melhores condições de trabalho e respeito profissional..

“A história de todas as sociedades até hoje existentes é a história das lutas de classes”.

Introdução

“O Brasil está passando por um período crítico e precisa garantir a preservação dos avanços que alcançou na promoção da liberdade de expressão e do acesso à informação pública ao longo das duas últimas décadas” (NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2016). Este alerta foi feito em 24 de junho de 2016 em nota assinada por David Kaye, relator especial das Nações Unidas sobre a Promoção e Proteção do Direito à Liberdade de Opinião e Expressão, e por Edison Lanza, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos. Ambos demonstravam preocupação com dois episódios recentes. Num dos episódios, interpretado como ameaça à comunicação pública, o Governo Federal do Brasil, então conduzido por um presidente interino (Dilma Rousseff sofreria o impeachment em agosto), exonerou o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), embora o estatuto previsse atuação independente e mandato legal de quatro anos a expirar em 2020. No outro episódio, interpretado como ameaça à liberdade de acesso à informação, o mesmo governo interino optara por transformar a Controladoria Geral da União (CGU) em Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle – uma forma, segundo os relatores, de reduzir seu poder fiscalizador e submetê-lo a interferências políticas.

A nota conjunta não teve efeito prático. Laerte Rimoli foi confirmado no lugar de Ricardo Melo na presidência da EBC, ao mesmo tempo em que a CGU concluiu sua metamorfose em ministério. O alerta, no entanto, foi paradigmático ao expor à comunidade internacional uma tensão que, até então, estava circunscrita ao território brasileiro, e também ao explicitar o caráter inegociável dos direitos à informação e à comunicação, ora concebidos como direitos humanos. Ao interpelar o Brasil, ONU e OEA demonstraram estar atentas não apenas à garantia do direito à informação, previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, mas também à garantia do direito à comunicação: um direito ainda não positivado, que engloba, entre outros aspectos, a defesa da comunicação pública, o combate à censura e mecanismos de transparência que promovam um fluxo de informação mais equilibrado.

Este artigo se propõe a narrar resumidamente a gênese do direito à comunicação e a analisar de que maneira o tema, proposto nos anos 1970, influenciou a Constituição Federal de 1988, por meio de garantias jamais regulamentadas, e permanece mobilizando discussões no século XXI. Ao mesmo tempo, busca inferir no debate sobre regulação dos meios, não apenas no âmbito das outorgas em radiodifusão ou dos oligopólios de mídia, mas também no que se refere à internet.

Direito à comunicação, direito à informação

A compreensão da comunicação como direito humano é formulação mais ou menos recente na história do Direito. Tal conceito foi expresso pela primeira vez em 19691 e, na década de 1970, passou a ser discutido no âmbito da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Desde 2000, vem ganhando ressonância no debate político. Primeiro na União Europeia — onde o Parlamento Europeu aprovou em 2008 uma diretiva, válida em todos os países-membros, estabelecendo limites à publicidade e padrões mínimos de veiculação de conteúdo independente, regional e acessível —, e em seguida na América Latina, onde marcos regulatórios foram aprovados na Argentina (2009), Venezuela (2010), Equador (2013) e Uruguai (2013).

No Brasil, o direito à comunicação foi oficialmente reconhecido pelo Estado em 2009, no Decreto nº 7.037, promulgado em 21 de dezembro daquele ano, que instituiu a terceira edição do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Sua diretriz número 22 tem o condão de conciliar os conceitos de “comunicação”, “informação” e “democracia”, e apresentá-los como princípios orientadores da abordagem contemporânea dos direitos humanos. “Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos”, diz a diretriz. Ao referir nominalmente o “direito à comunicação”, o PNDH-3 contribuiu para inaugurar uma nova etapa no debate sobre o tema. Até então, as instituições se referiam, quando muito, ao direito à informação.

Direito à informação, liberdade de opinião e liberdade de expressão são conceitos anteriores. Já em 1946, a Assembleia Geral da ONU adotara a resolução 59, segundo a qual “a liberdade de informação configura um direito humano fundamental e a pedra de toque de todas as liberdades às quais as Nações Unidas se dedicam”2. Em 1948, o direito à informação foi incluído na Declaração Universal dos Direitos Humanos ao lado do direito à liberdade de opinião e expressão. “Todos têm o direito à liberdade de opinião e expressão”, diz o artigo 19. “Este direito inclui a liberdade de expressar opiniões sem interferência e de buscar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e sem limitações de fronteiras”.

Já o direito à comunicação resultou da percepção de que direito à informação e liberdade de expressão eram conceitos insuficientes para contemplar as garantias necessárias ao exercício da comunicação, ora visto como ato essencial para a dignidade humana e para o pleno desenvolvimento dos indivíduos. Trata-se de um conceito distinto daqueles, embora os tangencie. As leis de transparência, por exemplo, buscam garantir o direito à informação, mas não chegam a interferir na cadeia de produção da comunicação social. O próprio conceito de direito à informação é normalmente percebido como direito de ser informado, de receber informação. Coisa distinta é o “direito de comunicar”, concebido nos anos 1970. Entre as novidades introduzidas com a difusão do conceito, sobretudo após a publicação do Relatório MacBride (UNESCO, 1980), está o compromisso com a democratização da informação e com a multiplicidade de vozes, entendendo o direito à informação também como a liberdade que toda pessoa tem de produzir informação e ser ouvida, e não somente de consumir informação produzida por outro.

A contribuição do Relatório MacBride

Em 1974, a Resolução 4.121 da 18ª Conferência Geral da UNESCO incumbiu o recém-empossado diretor-geral, o senegalês Amadou-Mahtar M’Bow (1974-1987), de promover estudos a fim de definir o “direito de comunicar” e elaborar um informe sobre o assunto para ser distribuído na conferência seguinte. Em 1976, M’Bow apresentou seu informe e explicou as razões:

Desde a adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, as mudanças tecnológicas adicionaram novas dimensões aos direitos de informação proclamados no Artigo 19. Levaram, por conseguinte, à exigência de um profundo estudo daquilo que agora é denominado Direito de Comunicar.

Conforme foi mencionado durante o debate na Conferência Geral, este é um novo conceito. Assinalou-se que a comunicação deveria ser um processo de “mão dupla”, envolvendo o direito de informar assim como o direito de estar informado — um diálogo entre pessoas e um livre e equilibrado fluxo de informação entre nações. O Direito de Comunicar, concordou-se sobre isso, deve ser usado nas presentes e futuras necessidades de comunicação do homem e deve ser parte integrante das políticas de comunicação formuladas pelos Estados-membros

(apud FISHER, 1982, p. 34).

Em 1978, o assunto foi retomado na 20ª Conferência Geral da UNESCO, e novamente seu diretor-geral foi instado a “encorajar estudo e discussão em profundidade sobre o conceito do Direito de Comunicar” (FISHER, 1982, p. 35).

Um primeiro encaminhamento foi a criação, em 1977, da Comissão Internacional para o Estudo dos Problemas da Comunicação. Gabriel García Márquez e Juan Somavia representaram a América Latina na comissão, presidida pelo irlandês Seán MacBride, Nobel da Paz de 1974. Os trabalhos do grupo subsidiaram o relatório “Many voices, one world”, também conhecido como Relatório MacBride, aprovado por consenso na 21ª Conferência Geral da UNESCO, em 1980. Aquele foi, segundo Venício A. Lima, “o primeiro documento oficial de um organismo multilateral que reconhecia a existência de um grave desequilíbrio no fluxo mundial de informação, apresentava possíveis estratégias para reverter a situação e reconhecia o direito à comunicação”. (LIMA, 2011, p. 241). Destacamos um trecho:

As falhas e obstáculos que dificultam o processo de comunicação, e que foram descritos no último capítulo, são a prova da falta de relações democráticas. É o grande público, por definição, que tem interesse em mais comunicação, com maior qualidade e mais livre. Garantir que o público faça sua voz ser ouvida e tenha seus desejos satisfeitos implica trazer o espírito da democracia para dentro das comunicações

(UNESCO, 1980, p. 166, tradução nossa).

No livro “O direito de comunicar”, de 1982, Desmond Fisher narra o processo de elaboração desse conceito no âmbito da UNESCO e introduz o debate sobre o papel dos meios na construção de narrativas — ou, para usar dois conceitos em voga nos anos seguintes, entre discurso hegemônico e contra-hegemônico.

A liberdade de opinião e expressão contida na Declaração Universal dos Direitos Humanos não basta. Ela ressalta mais o conteúdo da comunicação do que o processo de comunicação e sugere um fluxo unidirecional do transmissor ao receptor da comunicação. Formulações ulteriores, tais como “livre fluxo de informação” e o “livre e equilibrado fluxo de informação” se enredaram em considerações ideológicas e frustraram-se os esforços para defini-las. [...] O conceito do direito de comunicar oferece a possibilidade de pôr fim ao impasse. (...) Ele exprime um princípio filosófico mais fundamental e tem aplicação mais ampla do que as formulações anteriores dos direitos de comunicação. (...) É universal. Enfatiza o processo de comunicar mais do que o conteúdo da mensagem. Implica participação. Sugere uma transferência interativa de informação. E, subjacente ao conceito, há uma sugestão ética e humanitária sobre a responsabilidade de assegurar uma distribuição global mais justa dos recursos necessários para que a comunicação se torne possível

(FISHER, 1982, p. 15-16).

Estudos realizados pela UNESCO retificaram esse diagnóstico e, estimulados pelo contexto de Guerra Fria, ajudaram a incutir certo senso de urgência. “Em todas as sociedades de todos os tempos, informação é poder”, afirma Fisher. “Quanto mais pessoas tiverem informação e quanto mais informação as pessoas tiverem, melhor será a sociedade e mais forte sua base democrática“. (FISHER, 1982, p. 19).

O direito à comunicação começa então a se firmar no âmbito internacional, primeiramente como retórica, e, só mais tarde, como lei. O conceito abarca uma série de liberdades relativas à ação comunicativa. São diretrizes do direito à comunicação a garantia de instrumentos que promovam (1) o intercâmbio de informação, (2) entre emissor e receptor e também entre receptor e emissor, (3) com acesso amplo por todos os indivíduos e grupos sociais, independentemente de classe, gênero ou origem, e (4) resguardadas a capacidade de interação, cooperação e direito de influir.


 

Contrapoder, esfera pública e democracia

Se a guerra fria e a ameaça constante de censura sob regimes ditatoriais, de direita ou esquerda, fazem erigir na opinião pública uma espécie de ode à liberdade de imprensa nos anos 1980, o debate sobre direito à comunicação aprofunda sua dimensão contestatória a partir dos anos 1990, com base em dois postulados sócio-políticos: (1) a urgência de promover maior acesso aos meios de produção da notícia, ora interditados mais pela concentração de mídia do que pela força do Estado, e (2) a necessidade de garantir canais contra-hegemônicos que contribuam para ampliar a representatividade dos diversos grupos sociais e constituir contrapeso ao discurso da grande mídia, em parte cooptada pelo poder econômico. Como resultado, surge um inesperado distanciamento entre a função social da imprensa e a práxis do jornalismo. “O que constatamos na maioria das democracias é que há um conflito entre a sociedade e os meios de comunicação”, escreve Ignacio Ramonet, diretor de redação do Le Monde Diplomatique.

Costumamos pensar que os meios de comunicação são essenciais à democracia, mas, atualmente, eles geram problemas ao próprio sistema democrático, pois não funcionam de maneira satisfatória para os cidadãos. Isso porque, por um lado, se põem a serviço dos interesses dos grupos que os controlam e, por outro, as transformações estruturais do jornalismo — tais como a chegada da internet e a aceleração geral da informação — fazem com que os meios sejam cada vez menos fiáveis ou menos úteis à cidadania

(RAMONET, 2013, p. 53).

Na concepção de Ramonet, os meios de comunicação desempenharam o papel de quarto poder desde a origem da imprensa até recentemente, cumprindo a função de coibir abusos por parte dos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. A concepção da imprensa como quarto poder, no entanto, já não faria o mesmo sentido.

O quarto poder não está cumprindo sua missão de contrapoder e, além disso, é o único que, no seio da democracia, não admite nenhum tipo de crítica, não admite nenhum tipo de contrapoder. Os poderes estabelecidos numa democracia — como, por exemplo, o partido ou a coligação dominante numa sociedade — têm de suportar uma oposição, que é um contrapoder. (...) Mas quem critica o poder midiático? Em nossas sociedades, ele é o único sem um contrapoder. Portanto, não é democrático

(RAMONET, 2013, p. 65-66).

A abordagem remete a uma frase tão espirituosa quanto atual, formulada por Walter Lippmann em 1922. “Minha conclusão é que, para serem adequadas, as opiniões públicas precisam ser organizadas para a imprensa, e não pela imprensa como é o caso hoje” (LIPPMANN, 2010, p. 42). Trata-se aqui de observar os efeitos dos meios de comunicação na perpetuação de uma esfera pública que se mantém em muitos aspectos pouco permeável às demandas das camadas mais periféricas da sociedade, não muito diferente da esfera burguesa concebida por Habermas em 1962.

Habermas concebia a esfera pública como uma rede de cidadãos aptos a debater, julgar e emitir opinião sobre diversos assuntos, de modo a exercer influência política na comunidade. Essa rede, que no início era presencial, formada em salões e cafés literários, estabelece-se a partir do século XVIII com a “mediação da imprensa” (HABERMAS, 2014, p. 175). Seus membros, no entanto, eram necessariamente aqueles que liam, que tinham acesso à informação. Da mesma forma que mulheres e escravos não acessavam a ágora ateniense, a esfera pública de Habermas tem o tamanho da sociedade burguesa ilustrada: “Essa esfera pública continua literária mesmo quando assume funções políticas. A formação é um dos critérios de admissão; a propriedade, o outro” (idem, p. 232).

Em 1992, no livro Direito e democracia, Habermas revisa o conceito de esfera pública e coloca em evidência algo que parecia negligenciar em Mudança estrutural da esfera pública: as desigualdades de posições dentro da esfera pública moderna e a maneira como um cidadão estará sempre em situação de vantagem ou desvantagem em relação a outro. Cristiana Losekann analisou a evolução do pensamento de Habermas em artigo de 2009. Segundo a autora, Habermas observa, em 1992, que certos grupos de interesse usam a esfera pública “para propagar suas ideias e estratégias de poder” e que “certas pessoas têm acesso privilegiado às informações”. “Segundo ele, certos atores têm um poder de organização e de recursos maior do que outros”, afirma a autora (LOSEKANN, 2009, p. 49).

Os meios de comunicação desempenham papel decisivo como produtores e reprodutores das desigualdades de posições de que falam Habermas e Losekann. Ter acesso privilegiado à mídia implica reforçar um tipo de privilégio semelhante ao do burguês do século XVIII, relegando aos que não têm a mesma oportunidade de acesso um lugar que é essencialmente de espectador ou receptor, e não de formulador. Ao longo dos anos 1990, cresce a reivindicação por meios de comunicação que se proponham a democratizar essa esfera pública, criando oportunidades para a efetiva participação popular, sobretudo por meio de processos deliberativos, de discussões coletivas nas quais floresçam políticas públicas e decisões dos poderes executivo e legislativo. Rousiley C. M. Maia analisa o tema no livro Mídia e deliberação (2008).

A deliberação pode ser entendida como uma atividade interativa, envolvendo duas ou mais pessoas que examinam e consideram os argumentos umas das outras sobre determinada matéria. Ocorre diante de uma questão polêmica ou de um problema, numa situação de conflito

(MAIA, 2008, p. 27).

Dessa forma, a defesa do direito humano à comunicação no início do século XXI é afeto à defesa de um modelo de participação política que se convencionou chamar de democracia deliberativa, mais permeável às demandas da sociedade.

Na política deliberativa busca-se articular a legitimidade do exercício do poder político com o processo de justificação pública. Espera-se que os representantes justifiquem suas tomadas de decisão e as normas que buscam implementar, cabendo aos cidadãos promover o raciocínio e o julgamento públicos através de uma comunicação tão livre e desimpedida quanto possível

(MAIA, 2008, p. 28).

Para que os meios possam assumir esse papel, não bastam a positivação de direitos e o estabelecimento de um novo corpo normativo, tema central deste artigo. Há que se construir uma ética que tenha como cerne a função social dos meios de comunicação. Não obstante, não se muda esse paradigma sem promover mudanças e ajustes no âmbito normativo. E esses ajustes poderiam começar pela regulamentação do que já foi previsto, trinta anos atrás, na Constituição Federal de 1988.

Garantias constitucionais que pouco garantem

Segundo uma pesquisa feita em 28 países e divulgada em março de 20173, o percentual de pessoas que não confiam na mídia superou pela primeira vez o percentual de pessoas que confiam. No Brasil, a confiança caiu de 54% para 48% em um ano. Entre os motivos comumente apontados para a crise de credibilidade da mídia estão a falta de identificação com o conteúdo — leitores e espectadores não se sentem representados — e a percepção dos interesses difusos das empresas de mídia. Numa pesquisa de 20134, 69% dos entrevistados disseram acreditar que ser proprietário de uma emissora de rádio ou TV contribui para que um candidato seja eleito; 63% afirmaram que políticos não deveriam ser proprietários de meios de comunicação. Apenas um em cada três sabe que a Constituição proíbe deputados e senadores de controlar emissoras de rádio e TV, concessionárias de serviço público:

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis “ad nutum”, nas entidades constantes da alínea anterior

(BRASIL, 2002, p. 52-53).

Embora o artigo seguinte determine a perda do mandato do parlamentar que “infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior”, o Art. 54 vem sendo negligenciado no Brasil. Segundo o Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom)5, 10% dos deputados federais (48) e 25% dos senadores (20) controlavam canais de radiodifusão em 2006. Em 2015, o Ministério Público Federal desencadeou ações contra 32 deputados e oito senadores que eram proprietários ou sócios de concessionárias de rádio ou TV. Até 2017, nenhum deles perdeu o mandato.

O veto ao controle de emissoras de rádio e TV por parlamentares é uma das garantias previstas na Constituição Federal no âmbito do direito à comunicação. Há outras. Já no Título I, Art. 3º, inciso III, o constituinte definiu como objetivo da República Federativa do Brasil “reduzir as desigualdades sociais e regionais”. Não se combate desigualdade sem condições plenas de comunicação. Se os canais de comunicação substituíram a ágora ateniense, é por meio deles que a cidadania se expressa e que a esfera pública se forma na atualidade.

A mídia, marcadamente o jornalismo, é hoje o principal substituto da ágora. Telejornais, revistas e homepages estabelecem as tensões e forjam a “agenda” do país. Assim, os pilares da política e da cidadania são edificados sobre o solo arenoso dos meios de comunicação, de modo que, deslizando brevemente para uma reflexão ética acerca do cenário atual e arriscando uma analogia com a disputa pela terra, o que se verifica hoje em relação à comunicação é a urgência de garantir a função social do solo em detrimento da especulação imobiliária.

Voltando ao Título I, Art. 3º da Carta Magna, que definiu como objetivo “reduzir as desigualdades sociais e regionais”, é perceptível a desigualdade entre Sul/Sudeste e Norte/Nordeste no campo da comunicação. No interior e nas áreas ditas periféricas, a radiodifusão é quase toda baseada em conteúdo elaborado na região Sudeste, enquanto centenas de rádios comunitárias aguardam autorização para operar.

Mais adiante, a Constituição Federal retoma elementos da comunicação no Título II, Capítulo I, Art. 5º. «É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato”, estabelece o inciso IV, em frontal contradição com a multiplicação de sites criados com o objetivo de difundir conteúdo falso, calunioso ou difamatório sem revelar a autoria. “É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”, determina o inciso V, num país em que o próprio direito de resposta não era regulamentado até 2015.

O inciso IX do mesmo artigo 5º diz que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou licença”, enquanto o inciso X estabelece como “invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”, ambos princípios desrespeitados com alguma frequência no Brasil.

Ainda no artigo 5º, há outros dois incisos referentes à comunicação:

XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; [...]

XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestados no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do

(BRASIL, 2002, p. 16-17).

Nenhum deles se verifica na prática. O acesso à informação não é assegurado pelo Estado em todos os momentos, nem para todos. Mesmo após a sanção da Lei da Transparência, em 2011, falta uma regulamentação que defina prazos e processos para seu cumprimento. Tampouco as repartições estão preparadas para o atendimento dessa demanda. Em paralelo, o consumidor de notícias carente de pleno acesso à informação, uma vez que toda difusão de notícia é mediada pelos veículos — sujeita, portanto, às etapas de seleção e edição, conduzida cotidianamente por editores que não encontram qualquer tipo de sanção quando sonegam informação, seja por dolo ou de forma propositada.

No Título VIII, o capítulo V é formado por cinco artigos, do 220 ao 224, dedicados ao tema da comunicação social. Já no parágrafo 5º do artigo 220 aparece a primeira incoerência: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. Novamente, a ausência de regulamentação impede uma definição clara do que seja monopólio ou oligopólio de comunicação no Brasil. O que se sabe é que quatro famílias comandam 85% das emissoras e retransmissoras de TV no país de acordo com números de 2013 reunidos pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados: Globo (39,6%), SBT (20,2%), Band (15,3%) e Record (10,3%). Sabe-se também que a Globo, em 2009, detinha sozinha 73,5% do total de receita publicitária movimentada pela TV aberta no Brasil. (LIMA, RABELO, 2015).

Outros abusos econômicos vetados pela legislação brasileira e encontrados nas empresas de mídia são (1) a propriedade cruzada, quando uma família ou grupo controla veículos de comunicação em diferentes plataformas (jornal, rádio, TV); (2) a concentração vertical, quando a mesma empresa detém diferentes etapas da cadeia produtiva (editora, gráfica e empresa de distribuição, por exemplo), e (3) a concentração horizontal, quando empresas se associam e combinam preços a fim de fatiar o mercado e desmontar a concorrência.

Finalmente, destacamos outros dois artigos da Constituição nos quais se nota negligência do poder público. O Art. 221 lista quatro princípios orientadores da atividade de radiodifusão nem sempre cumpridos pelas emissoras, sobretudo de rádio:

    Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
  1. preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

  2. promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;

  3. regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;

  4. respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Já o Art. 223 define regras para outorga e renovação das concessões, mas não atribui a nenhum órgão a responsabilidade por aferir a qualidade do serviço. Por fim, determina que o cancelamento da concessão antes do prazo só ocorrerá mediante decisão judicial, e que a não-renovação dependerá de aprovação de, no mínimo, dois quintos do Congresso Nacional, em votação nominal, percentual difícil de obter.

Propostas de regulação

A finalidade da atividade jornalística não deve ser o lucro nem o favorecimento, implícito ou explícito, de um grupo, instituição, oligopólio ou conglomerado de mídia. É neste sentido que a defesa do reconhecimento da comunicação como direito humano costuma caminhar lado a lado com proposições que ensejem maior diversidade de vozes e maior presença da sociedade civil.

Propostas no âmbito legislativo vêm sendo feitas a fim de superar vazios normativos ou regulamentar princípios constitucionais jamais regulamentados. Parte dessas propostas está hoje sistematizada no Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Comunicação Social Eletrônica6. Também conhecido como Projeto de Lei da Mídia Democrática, ele começou a ser debatido em 2009, na Conferência Nacional de Comunicação, e foi consolidado em 2011, no âmbito do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), assumindo a forma de um novo marco regulatório da radiodifusão. Sua meta é garantir multiplicidade de vozes, reduzindo a concentração econômica, combatendo os oligopólios e promovendo maior pulverização de emissoras, sobretudo as públicas (entre elas as comunitárias, o que contribui para que mais grupos tenham acesso à produção e difusão de conteúdo).

Se a Constituição estabelece um sistema de complementaridade entre comunicação privada, estatal e pública, o projeto de lei determina que ao menos 33% dos canais deverão integrar o sistema público, tanto no rádio quanto na TV. O Poder Executivo deverá assegurar que o conteúdo produzido pelo sistema público chegue a 80% dos municípios. Emissoras que integrarem esse sistema deverão manter um órgão curador composto em sua maioria por representantes da sociedade civil.

O projeto de lei contempla ainda outros temas relevantes para a garantia do direito à comunicação, como um mínimo de 70% do tempo de programação das emissoras de TV dedicado à produção nacional (Art. 22) e limites à concentração econômica, tais como a determinação de que uma empresa não poderá controlar mais do que cinco emissoras no território brasileiro (Art. 14). Já os pedidos de resposta ganham prazo de 48 horas para serem atendidos, sejam individuais, coletivos ou difusos (Art. 25).

No âmbito da comunicação digital, um marco regulatório foi criado em 2014 sob o título de Marco Civil da Internet. Ele chega a 2017 desatualizado, em especial no que tange à oferta de serviços como TV digital e streaming, ao mesmo tempo em que novos desafios se apresentam, sobretudo na regulação de vídeos sob demanda. A discussão acerca dos vídeos disponibilizados na web foi deflagrada pelo Conselho Superior do Cinema em 2015 e motivou a Agência Nacional do Cinema (Ancine) a publicar uma notícia regulatória em 2016, anunciando a abertura de consulta pública sobre o tema.

A primeira etapa de uma possível regulação passa pela definição de escopo e dos objetivos pretendidos. Em seguida, serão abordadas as obrigações aos agentes econômicos, como as iniciativas voltadas para a promoção do conteúdo nacional e para um modelo de tributação mais adequado a este mercado.

(ANCINE, 2016, p. 2).

A migração da TV analógica para a TV digital rompeu com o paradigma da limitação do espectro eletromagnético e permitiu, pela primeira vez, uma ampliação sem precedentes no número de emissoras e rádios comunitárias em atividade, assim como o barateamento da operação. Agora, o país está diante de novas possibilidades de regulação, que organizem e dinamizem, por exemplo, o conteúdo oferecido pelo Netflix, definindo percentual de produção nacional e local, entre outros aspectos: uma iniciativa oportuna num país em que “a proporção de pessoas que acessam vídeos sob demanda ao menos uma vez por dia tenha crescido de cerca de 30% para mais de 50% entre usuários de banda larga, de 2010 para 2015.” (ANCINE, 2016, p. 2).

Considerações finais

A comunicação como direito humano mantém-se como objetivo a ser perseguido. Segundo Margarida K. Kunsch, os problemas apontados em 1980 no Relatório MacBride ainda “podem ser encontrados em todas as sociedades” (KUNSCH, 2009, p. 60).

Podemos apontar a violência física e as medidas de intimidação, a legislação repressiva, a censura, a constituição de listas negras de jornalistas [...]. Outros obstáculos se manifestam na forma de pressões econômicas e sociais: monopólios de fato (públicos, privados e transnacionais); infraestruturas inadequadas; e definição restrita do conceito de notícia, dos critérios de publicações e da escolha dos temas a debater, além da insuficiência de formação e de experiência dos profissionais. Tudo isso limita o direito dos cidadãos à informação [...]

(KUNSCH, 2009, p. 61).

Kunsch registra o diagnóstico de que “a batalha da UNESCO fracassou”: “Constata-se hoje que as propostas da UNESCO de democratizar a comunicação ficaram no plano teórico, não interferindo efetivamente nas ações do Estado e no sistema produtivo dos meios de comunicação em massa.” (KUNSCH, 2009, p. 61). Ela tem razão em termos. No ano em que Kunsch publicou seu artigo, a União Europeia estreou uma nova legislação de mídia, a Inglaterra avançava na redação da sua e a Argentina aprovava a ley de medios. Desde então, novos marcos regulatórios foram aprovados no Equador, na Venezuela e no Uruguai. No Brasil, revogou-se a lei de imprensa herdada do regime militar (2009), atualizou-se a regulação da TV a cabo (2011) e houve a promulgação do marco civil da internet (2014) e da nova lei de direito de resposta (2015).

Conceber o direito humano à comunicação implica entender os cidadãos que participam do sistema de comunicação como sujeitos de direitos. Neste sentido, é oportuno aprimorar o aparato de proteção, sobretudo em relação aos abusos cometidos pelas empresas de mídia: a violação do direito à privacidade, o crime de injúria ou difamação, a exploração da imagem de crianças e vulneráveis, entre outros.

Ao mesmo tempo, é fundamental que instâncias jurídicas e sociedade civil estejam preparadas para lidar com o tema do direito à comunicação. Novas legislações virão se somar às ferramentas disponíveis e ajudarão a avançar no sentido de um modelo de comunicação que tenha como princípio a ampliação da esfera pública (ou esferas públicas, no plural) para um sistema que estimule a participação popular, a representatividade regional, econômica, racial e de gênero, e que possa influenciar mais fortemente as ações do Estado no sentido da democracia.

Referências

  • ANCINE. Notícia regulatória: comunicação audiovisual sob demanda. 2016. Disponível em: http://www.ancine.gov.br/sites/default/files/consultas-publicas/notída regulatória CAvD para Consulta Pública.pdf Acesso em: 15 mai. 2017.
    » http://www.ancine.gov.br/sites/default/files/consultas-publicas/notída regulatória CAvD para Consulta Pública.pdf
  • NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL. Brasil: Relatores da ONU e OEA sobre liberdade de expressão alertam para interferências na EBC e na CGU 24 jun. 2016. Disponível em: https://nacoesunidas.org/brasil-relatores-da-onu-e-oea-sobre-liberdade-de-expressao-alertam-para-interferencias-na-ebc-e-na-cgu/Acesso em: 9 jan. 2017.
    » https://nacoesunidas.org/brasil-relatores-da-onu-e-oea-sobre-liberdade-de-expressao-alertam-para-interferencias-na-ebc-e-na-cgu/Acesso
  • BRASIL. Constituição Federal de 1988 18a ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2002.
  • FISHER, D. O direito de comunicar: Expressão, informação e liberdade. São Paulo: Brasiliense, 1982.
  • FRANÇA, V. V. O objeto e a pesquisa em comunicação: uma abordagem relacional. In: MOURA, C. P.; LOPES, M. I. V. Pesquisa em comunicação: metodologias e práticas acadêmicas EdiPUCRS, 2016, p. 153-174. Disponível em: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0803-1.pdf Acesso em: 9 set. 2017.
    » http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0803-1.pdf
  • HABERMAS, J. Mudança estrutural da esfera pública São Paulo: Ed. Unesp, 2014.
  • KUNSCH, M. M. K. Políticas públicas de comunicação: a necessidade de um debate abrangente. In: CASTRO, D. (org.). Reflexão sobre as políticas nacionais de comunicação Brasília: Ipea, 2009, p. 59-77.
  • LIMA, V. A. Regulação das comunicaçõe: História, poder e direitos. São Paulo: Paulus, 2011.
  • LIMA, V. A.; GUIMARÃES, J.; AMORIM, A. P. (org.). Em defesa de uma opinião pública democrática conceitos, entraves e desafios. São Paulo: Paulus, 2014.
  • LIMA, V. A.; RABELO, B. S. Monopólio ou oligopólio: contribuição ao debate. Observatório da Imprensa Ed. 833. 13 jan. 2015. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/interesse-publico/_ed833_monopolio_ou_oligopolio_contribuicao_ao_debate/Acesso em: 10 jan. 2017.
    » http://observatoriodaimprensa.com.br/interesse-publico/_ed833_monopolio_ou_oligopolio_contribuicao_ao_debate/
  • LOSEKANN, C. A esfera pública habermasiana, seus principais críticos e as possibilidades do uso deste conceito no contexto brasileiro Pensamento Plural, n. 4, 2009, p. 37-57. Disponível em:
  • MAIA, R. C. M. Mídia e deliberação Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2008.
  • ONU. Declaração universal dos direitos humanos 10 dez. 1948. Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Declaração-Universal-dos-Direitos-Humanos/declaracao -universal-dos-direitos-humanos.html Acesso em: 10 mar. 2017.
    » http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Declaração-Universal-dos-Direitos-Humanos/declaracao -universal-dos-direitos-humanos.html
  • RAMONET, I. Meios de comunicação: um poder a serviço de interesses privados? In: MORAES, D. (org.). Mídia, poder e contrapoder: Da concentração monopólica à democratização da informação. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: FAPERJ, 2013, p. 53-70.
  • UNESCO. Many voices, one world Londres: Kogan Page, 1980.


A Associação de Comunicadores e profissionais da imprensa do Nordeste (ADCPIN), é uma associação sem fins lucrativos, entidade representativa da Imprensa do Nordeste com atuação nacional.

 

                   

                                             


                                 Apostila Jornalismo on-line  de Comunicação Básica:

 Módulo I

 

 Apresentação, dialogo e troca de experiencias com associados e novos associados: A Associação de Comunicadores e profissionais da imprensa do Nordeste (ADCPIN), é uma associação sem fins lucrativos, entidade representativa da Imprensa do Nordeste com atuação nacional.

 

 

Introdução

Olá,

 

Este curso tem o objetivo de apresentar as características de um segmento da prática jornalística que tem crescido com o passar dos anos. No ano de 1995, um marco da era digital teve início no Brasil: a Internet deixou de ter seu uso exclusivamente acadêmico e passou a ser utilizada comercialmente, estendendo seu acesso para grande parte da sociedade.

 

Com o passar dos tempos, empresas de comunicação tradicionais passaram a reservar seus espaços no ambiente virtual oferecendo conteúdos aos internautas diariamente e instantaneamente conquistando assim, um novo público. A partir daí, tem início a prática do chamado jornalismo online que veremos suas características e especificidades ao longo deste curso.

 

É importante destacar que com o acesso facilitado às tecnologias, os meios de comunicação se depararam com um novo problema: a qualificação dos recursos humanos, ou seja, os profissionais muitas vezes não estão aptos a desenvolverem suas funções.

 

Diante disso, veremos conceitos básicos para esta qualificação, além de ter o conhecimento de como criar e elaborar pautas para a Internet, da explosão dos blogs e das redes sociais, dos conceitos de hipertexto, hipermídia, hiperlinks e falaremos também sobre os tipos de ferramentas úteis para esta nova tecnologia.

 

Na última unidade deste curso serão explicados detalhadamente os tipos de conteúdos que fazem parte de uma publicação jornalística online, além de serem apresentados dois aspectos da era multimídia que ainda são pouco conhecidos pelas pessoas de um modo geral: o newsgame e a TV digital.

 

Bom curso!


Unidade 1 - O Jornalismo Online

 

Seja bem-vindo(a)!

 

Para iniciar esta unidade começaremos com a definição de Internet, proposta pelos autores Cícero Junior e Wanderson Stael Paris:

 

“... estágio de desenvolvimento social caracterizado pela capacidade de seus membros (cidadãos, empresas e administração pública) de obter e compartilhar qualquer informação instantaneamente de qualquer lugar e maneira mais adequada.”

 

Como já dissemos na introdução, o início da implantação da Internet no Brasil nos padrões que conhecemos hoje começou no ano de 1995. Desde então, muitas mudanças e evoluções aconteceram tanto na rede, quanto na forma de escrever para ela.

 

Segundo relatos bibliográficos as primeiras experiências de jornalismo digital ocorreram nos Estados Unidos, na década de 1980, com a produção de videotextos feitos por empresas como Time, Times-Mirror e a Knight-Ridder. 

 

Já o primeiro site de notícias na rede foi criado no ano de 1992, nos Estados Unidos, que levava o nome de Chicago Tribune. Em relação à produção específica de notícias o pioneiro foi o Personal Journal, lançado em março de 1995, pelo norteamericano The Wall Street journal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 : 

          

              

     

 

 

 

                         Fonte: http://publishing2.com/images/chicago-tribune-on-the-web-homepage.jpg  

Em relação ao Brasil, o jornalismo na Internet teve seu marco no ano de 1995, com o lançamento do site do Jornal do Brasil (JB). Em seguida, o jornal O Globo e a agência de notícias Agência Estado, também lançaram a versão eletrônica de suas publicações.

 

Para finalizar esta apresentação da unidade definiremos o termo Jornalismo Online também conhecido como ciberjornalismo, que é o jornalismo praticado no novo meio comunicacional da Internet.

 

Bom estudo!

1.1 - Do impresso à era digital

 

 

 

Antes de iniciarmos este tópico é preciso reforçar qual o papel do jornal, seja ele impresso ou online. Sua função é informar as pessoas, porém, pode ter a finalidade de distrair e entreter. Os jornalistas devem estar mergulhados na realidade e na atualidade, visando estar em sintonia com o público e o ambiente cultural de sua época.

 

Partindo da função principal da informação, ela possui como base central a produção de notícias em formas de matérias, reportagens e de notas. É importante que o veículo e seu profissional tenham em mente seu papel principal: divulgar fatos atuais e de interesse público e com isso, manter os leitores informados.

 

Além das matérias, os jornais também veiculam análises e opiniões que devem ser apresentadas com uma formatação diferenciada (online) e em páginas específicas (impresso). O profissional do jornalismo precisa saber que um texto noticioso não deve apresentar manifestações de opinião de quem o escreveu.

 

Há alguns anos o texto, que era colocado na rede mundial de computadores a Internet, era apenas uma transcrição daquele produzido para a mídia impressa.

 

Hoje, os textos e conteúdos que são disponibilizados na rede são produzidos e trabalhados exclusivamente para este meio de comunicação, com características e formatos especiais que veremos adiante.

 

É preciso ressaltar que desde sites e portais até chegarmos aos blogs e redes sociais, a atividade jornalística sempre teve lugar de destaque na internet. E esta atividade tem crescido exponencialmente com o passar dos anos. Uma pesquisa realizada pelo IBOPE em junho de 2002, revelou que a audiência dos noticiários que eram veiculados na Internet teve no período de um ano, um aumento equivalente a 130%.

 

A comunicação online veio para revolucionar as formas de emitir e receber informações. Ela modificou ainda, a forma de comunicação entre as pessoas. Destacamos que a existência do jornalismo na internet é baseada em um tripé relevante:

tecnologia, o profissional e os impactos sociais.

 

Antigamente os meios de comunicação restringiam-se ao impresso, rádio e posteriormente à televisão. Hoje a internet abrange todos estes meios em um só e oferece ainda, a característica da interatividade e da instantaneidade.

 

A digitalização desencadeou um processo de convergência de meios, linguagens e funções com impacto na atividade dos profissionais da informação que passaram a desenvolver características como multitarefas e multiplataformas. 

 

É importante que estes profissionais não se contentem apenas em saber como funciona, mas sim para que serve e qual a necessidade da utilização das mídias eletrônicas.

 

Podemos dizer que desde a invenção da internet houve o aparecimento e o aperfeiçoamento de diversas maneiras de propagação da informação. Veja a ordem de aparecimento destes canais de comunicação:

 

                     Surgiram inicialmente, as antigas salas de bate-papo do sistema de boletim eletrônico BBS (Bulletin Board Systems);

              

 

Fonte: http://www.techtudo.com.br/platb/files/2175/2011/07/Monochrome-bbs.png

 

                     Depois houve o surgimento dos programas utilizados para entrar em salas de bate-papo IRCs (Internet Relay Chat) e vieram as salas virtuais de bate-papo (chats);

 

 

                                Fonte: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2011/07/mirc.gif

 

 

 

 

 

 

 

 

                     Em seguida, surgiu o primeiro aplicativo que reunia atividades como: bate-papo, trocas de arquivos e mensagens instantâneas (ICQ);

 

 

Fonte: http://lh3.ggpht.com/Albarquel/SDxCOjZ4k6I/AAAAAAAAAWc/mt-NFPNhcNo/s1600h/icq6%5B8%5D.jpg

 

                     Logo depois, a Microsoft lançou o aplicativo utilizado para bate-papo, trocas de arquivos, mensagens instantâneas e exibição de webcam: o MSN (Messenger).

 

 

  Fonte: http://www.baboo.com.br/absolutenm/articlefiles/5330-              msn604.JPG

 

Após esta evolução dos programas e aplicativos de conversação e transmissão de informações no ambiente virtual, o primeiro jornal on-line foi colocado na rede e era a cópia fiel do impresso The New York Times. Com o passar dos tempos, as notícias online passaram a criar formas específicas e começaram a ter certa padronização.

 

Podemos dizer que a comunicação impressa é a precursora do jornalismo. O jornal impresso sobreviveu à criação do rádio e da TV. Porém, com o surgimento do jornalismo online houve o aparecimento de algumas vantagens em relação à impressão, entre elas: a rapidez, a convergência dos fatos e as facilidades de acesso. Diante da popularização alcançada pela internet, os veículos jornalísticos passaram a migrar para o universo da web. 

 

Além de notarem a influência e abrangência da internet, grandes grupos editoriais brasileiros perceberam sua representatividade como um mercado em expansão, o que poderia ser bastante lucrativo.

 

 

 

Entre as diversas atividades e funções do jornalismo online, podemos citar:

 

                     A comunicação entre o jornalista, o leitor e a fonte torna-se rápida e ágil;

 

                     Há maior facilidade na busca de ideias que posteriormente transformam-se em notícias;

 

                     O repórter tem mais ajuda para encontrar as fontes autorizadas;

 

                     O jornalista tem mais facilidade em apurar e descobrir o contexto dos fatos e possíveis novos acontecimentos;

 

                     Há possibilidade de um monitoramento das discussões dos variados assuntos em áreas específicas;

 

                     Maior facilidade no acesso aos arquivos em todo o mundo e na busca de documentos;

 

                     Há chances de se consultar várias bases de dados e bibliotecas.

 

O século XXI é caracterizado pela reformulação de como se contam as histórias e da forma que o leitor e/ou expectador recebe estas informações.

 

Duas características principais da internet merecem destaque, sendo uma delas a junção de texto com som e vídeo, em uma única mídia dentro de um espaço comum e a outra seria a comunicação entre jornalismo e sistemas de informação, referente às bases de dados.

 

É importante ressaltar que alguns veículos, apenas transferem suas edições impressas para o jornalismo eletrônico sem alterar o conteúdo.

 

Para caracterizar a prática do jornalismo online, além de adaptar o texto para o webjornalismo é importante criar novas ferramentas como hiperlinks, infográficos, dentre outras, que caracterizam o padrão de produção de textos para a internet. 

 

A prática do jornalismo online tem a finalidade de informar e atrair o internauta de onde estiver e na hora que quiser, sendo que o conteúdo ficará disponível na rede 24 horas por dia.

 

Dentre as nomenclaturas que fazem referência ao jornalismo online podemos citar: o webjornalismo, o ciberjornalismo, o jornalismo eletrônico e o jornalismo digital, todos esses caracterizam a prática do jornalismo através de meios digitais.

 

Com o advento da internet e com a migração de muitos leitores do jornalismo tradicional para o online, comentou-se sobre a possibilidade do fim do jornalismo impresso. 

 

Para esclarecer você aluno sobre este tema, destacamos uma reportagem publicada do portal da revista Carta Capital. Optamos por colocá-la na íntegra, pois como é um tema que não tem fundamentação ou dados que possam confirmá-lo, ele se baseia na opinião de profissionais e estudiosos.

 

Antes de colocar o artigo, iremos deixar aqui uma questão reflexiva que pode auxiliar na busca por uma resposta: a televisão surgiu e não houve o desaparecimento do rádio, o teatro não foi esquecido com o surgimento do cinema, e por que o jornal impresso deixaria de existir com a chegada da internet e do jornalismo online?

 

O jornalismo impresso vai acabar?

 

Clara Roman

 

Não há consenso entre os profissionais de imprensa, do marketing digital e da propaganda:  qual será o modelo vencedor no futuro, capaz de gerar renda na internet e substituir os negócios hoje ainda centrados no papel e na televisão? No segundo dia do evento New Brand Communication (NBC) a grande pergunta era se a internet conseguirá democratizar a comunicação no País, hoje concentradas em algumas poucas corporações familiares.

 

A questão pesa tanto na publicidade quanto no jornalismo. “A gente tem um vício que é a Casa Grande – Senzala,” diz Rene de Paula, que participou da mesa “Inovação em Comunicação de Marcas”. Segundo o publicitário, os

 

profissionais da área acabam imersos em um universo particular onde “todos possuem Iphone, enquanto a maioria do Brasil está comprando um notebook ou PC em 12 prestações”. É esse público que o marketing online deve atingir. “O grande desafio é entender que as coisas não acontecem somente na Vila Olímpia. A inovação deve ser social e política”, diz.

 

Para exemplificar, De Paula cita o Orkut, site de relacionamentos tido como ultrapassado pelas Classes AB, mas ainda um dos mais acessados no País. Segundo ele, é o que dá mais retorno. A inovação diz De Paula, não consiste em criar aplicativos, mas em entender os mecanismos de acesso à Web no Brasil. “Achava que a internet iria ser a coisa mais inclusiva, mas acho que estamos aumentando o abismo.”

 

O conteúdo continua sendo elencado como o fator mais importante para um negócio de sucesso. Gane Carta, editor do website de Carta Capital, falou da sua experiência à frente da página eletrônica da revista. “A Carta Capital tem uma marca que é uma linha editorial progressista: pró-mercado, mas contrária a uma globalização desenfreada. O website tem de refletir mais essa marca, esse brand”, diz Carta.

 

Divergência

No painel “O Futuro da Mídia”, o debate girou em torno de uma divergência entre Luiz Carlos Azenha,  Marcelo Coutinho e Enor Paiano. Paiano é diretor de publicidade do UOL e Coutinho é diretor de Inteligência de Mercado do portal Terra, os dois grandes do jornalismo e entretenimento online. Já Azenha é dono do blog “Vi o mundo”, em que escreve sobre política.

 

 “A ecologia da mídia é a mesma de 50 anos atrás. O peixe grande come o peixe pequeno”, afirmou Azenha, iniciando a polêmica que se estenderia por quase toda a mesa. Isso porque, Coutinho e Paiano defendiam a ideia de que com a democratização dos instrumentos de mídia proporcionada com a internet, mais pessoas passariam a ser produtoras quebrando o monopólio dos grandes

 

meios de comunicação. Como exemplo, Paiano citou o UOL, que possui 300 sites agregados de pequenos empresários da mídia. Esses sites são geralmente administrados por uma pessoa que faz a página e terceiriza serviços. “Alguns são remunerados, outros não”, observa Paiano.

 

Para contrapor a teoria, Azenha citou o próprio caso: o blogueiro afirma que não recebe quase nada para tocar o site e ainda tem gastos fenomenais em processos pelo que escreve. Para justificar, Coutinho afirmou que o problema é o tema: o jornalismo político sempre deu prestígio, nunca deu receita. O que vende são Esportes e Celebridade. “É claro que um blog politizado enfrenta mais pressões, como o Movimento”, argumenta Coutinho. O  jornal Movimento foi uma publicação fundada em 1975, que sofreu forte repressão durante a Ditadura Militar.

 

A grande questão, no entanto, é como sustentar o modelo digital e se de fato o papel entrará em decadência. “Talvez o online não signifique o fim do papel, mas como essas coisas podem coexistir”, colocou a moderadora e repórter especial de Carta Capital, Cynara Menezes. Mas a mesa discordou. Coutinho foi incisivo ao afirmar que o papel vai sim acabar em pouco tempo, mesmo com a venda de jornais aumentando e os anúncios se concentrarem em grande parte nas publicações dos grandes veículos. Mas, diz ele, a cada reajuste os anúncios ficam mais baratos sufocando as empresas.

 

Paiano acredita no fim do modelo de produção que hoje assistimos: o grupo de pessoas que filtra a informação para todas as outras será posto em xeque. A televisão segundo ele, terá ainda uma sobrevida uma vez que o mercado publicitário está em torno do orçamento da Rede Globo.

 

O americano Saman Rahmanian, também foi categórico ao apostar no fim da mídia impressa. Os Estados Unidos estão anos na frente nesse processo e já assistiram a naufrágios de diversos veículos de comunicação. Para Rahmanian, o papel se extinguirá e a notícia será dada em outro formato. “Uma

redefinição do trabalho será necessária se quisermos nos manter no mercado”, oferece Rahmanian. “Todo mundo tem as ferramentas, mas nem todo mundo tem coisas interessantes para dizer.”

 

Fundamental, conclui ele, é oferecer conteúdo.

 

Fonte: http://www.cartacapital.com.br/tecnologia/o-jornalismo-vai-acabar/

 

 

1.2 - Pirâmide invertida

 

Não há como falar em jornalismo impresso e jornalismo online sem citar a chamada “pirâmide invertida”, que é uma técnica de estruturação de texto jornalístico. A chegada da internet fez com que a prática da escrita através da pirâmide invertida fosse modernizada e atualizada.

Fonte:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSXNhjH4VzknV4-9RTKydBH-MjpPPDw9oGFWXMDuMNDxR2WRL7d83VIWzBF-83ViQB_R-4L1NLJesWC2kWGyWwzH5v2qkzUnV9-Mnj9Z_OpHkU6LbdqWITZcdLr1GGwxox2y7LUr8H7hY/s1600/ Luciane+-+Pir%C3%A2mide.jpg

 

Ao falarmos em “pirâmide invertida” devemos lembrar que esta é a técnica mais comum de construção das notícias. 

 

Nela há elaboração de um lead direto, ou seja, a primeira parte de uma notícia que deve responder às perguntas: “o quê?", "quem?", "quando?", "onde?", "como?", e "por quê?”. 

 

Quando falamos em pirâmide invertida é importante destacar que o texto é disposto em uma ordem decrescente de importância, ou seja, os fatos mais relevantes aparecem no início do texto abrindo a redação jornalística, já os que possuem menor relevância aparecem em seguida.

 

Já na elaboração e estruturação de notícias online o recomendado, é utilizar uma estrutura de blocos que permita ao leitor construir sua própria leitura da notícia.

 

Em relação às vantagens da publicação em blocos podemos destacar:

 

                     Cada parágrafo pode ser lido de forma individual sem estar diretamente subordinado ao anterior, os blocos são independentes;

 

                     A aplicação desta estruturação é focada nos leitores da web que normalmente não têm muito tempo. Desta forma, caso os leitores não possam realizar a leitura da matéria até o final, eles conseguem entender o que está sendo dito do mesmo jeito;

 

                     A forma de narração do fato acontece com naturalidade aproximando-se da maneira como contamos uma história.

 

                     A facilidade de leitura e memorização tende a ser maior.

 

                     É uma técnica que consegue se adaptar facilmente às necessidades das edições e de paginação dos sites.

 

                     Permite ao jornalista narrar um fato brevemente economizando tempo. Em 15 ou 20 minutos, um profissional redige uma notícia que aconteceu em poucos instantes.

 

Influências mútuas entre o jornalismo online e as mídias tradicionais

 

Algumas mídias eletrônicas como rádio e televisão exercem influência direta sobre o jornalismo online. 

 

A concisão, o estilo direto e a informalidade são características do texto de rádio que mais se adaptam ao jornalismo online. Em contrapartida, o jornalismo online também exerce influência sobre a mídia tradicional. 

 

Jornais e revistas têm utilizado muito a técnica da diagramação “lincada", ou seja, se utiliza a ligação visual entre palavras do texto e elementos gráficos como fotos e textos explicativos. Esta prática se assemelha às ligações feitas através do hipertexto.

 

Além das influências citadas acima, esta nova prática jornalística também fez com que as outras mídias ampliassem a base de pesquisas e de fontes de notícias. Veículos como rádios e pequenos jornais regionais passaram a coletar muita informação na internet, sustentados por fontes de pesquisas.

 

São exemplos de fontes de pesquisas: sites de busca; programas que pesquisam em diversos locais de busca ao mesmo tempo e filtram os resultados; listas de discussões e fóruns; listas de perguntas feitas sobre um determinado assunto e que em geral tem credibilidade por serem construídas coletivamente; e ainda sites pessoais de empresas, entidades e órgãos governamentais.

 

Em relação às diferenças entre webjornalismo e jornalismo impresso:

 

                       No jornalismo impresso o profissional tem 24 horas para elaborar e concluir suas edições e também há limites de espaço no papel;

 

                       O horário para fechar um jornal (deadline) não é regra estabelecida para o jornalismo online, pois neste tipo de publicação em média a cada cinco minutos pode-se alimentar a página com novas informações da notícia;

De acordo com o autor João Canavilhas, há quatro fatores diferentes dentro da estrutura do jornalismo tradicional e do jornalismo digital:

 

                       Distribuição (o acesso);

 

                       Personalização (o papel ativo do utilizador);

 

                       Periodicidade (fim da lógica de “uma edição, um produto”);

 

                       Informação útil (prática e objetiva).

 

Ressaltamos que no cenário atual, muitas pessoas não querem pagar todos os dias, mesmo sendo o valor baixo, um produto que elas podem não usar integralmente e que elas têm que descartar diariamente, sabendo que podem ter acesso a ele gratuitamente e no momento que desejarem.

 

 

LEITURA COMPLEMENTAR

 

Data de publicação: 03/12/2010

 

Sites de notícias atingiram dois terços dos internautas em outubro

Também cresceram os sites de automóveis e de viagens

 

Em outubro de 2010, a categoria que mais cresceu percentualmente em número de usuários únicos segundo o IBOPE Nielsen Online, foi a automotiva com evolução de 9,8% em relação ao mês anterior. Foi seguida por viagens e turismo, com aumento mensal de 7,5% e por governo e entidades sem fins lucrativos com 6,5%.

 

Por causa da procura por informações sobre a eleição, também cresceram em outubro os sites de notícias. A subcategoria eventos correntes e

ativos em outubro de 2010, o que representou crescimento de 2,8% sobre o mês anterior e de 13,2% em relação aos 36,8 milhões de outubro de 2009. Considerando o uso da internet em todos ambientes (trabalho, residências, escolas, lan houses, bibliotecas, telecentros), o número de pessoas com acesso foi de 67,5 milhões no quarto trimestre de 2009.

Fonte: http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=6&proj=PortalIBOPE&pub=T& db=caldb&comp=pesquisa_leitura&nivel=null&docid=43C38F7F9263E1C1832577EE00514A18

 

1.3 - O jornalismo na era digital

 

Com a implantação de jornais e revistas na internet, foi inaugurado um novo veículo de comunicação, que reúne características de todas as outras mídias e tem como suporte as redes mundiais de computadores: o jornalismo digital. 

 

Na era do jornalismo digital há uma revolução tanto no modelo de produção, quanto no de distribuição das notícias. Nesta nova era o tradicional papel cede lugar para os impulsos eletrônicos (bits) capazes de alcançar grandes velocidades na hora de transmitir a informação.

 

Os recursos multimídia atualizam os bits instantaneamente na tela do computador através de textos, gráficos, imagens, animações, áudio e vídeo.

 

Para prosperar e manter-se na era digital é preciso que o profissional aprenda e se adapte as novas formas de produzir do jornalismo, ou seja, é preciso conhecer e estar familiarizado recentes técnicas do jornalismo online.

 

“A digitalização da informação faz desaparecer o meio físico, instaurando uma nova forma de fazer jornalismo, a qual pressupõe atualização instantânea dos bits na forma de textos, gráficos, imagens, animações, áudio, vídeo – os recursos da multimídia. Com a digitalização, o jornalismo se renova dando sequência ao movimento de evolução dos meios de comunicação, movimento esse diretamente associado ao desenvolvimento e à dinâmica das cidades.” (BARBOSA, 2002, p.11).

Algumas características do profissional do jornalismo na era digital:

 

                       É prático e não conceitual;

 

                       Tem de ser rápido porque não há tempo a perder;

 

                       Precisa ter atenção;

 

                       Ser inteligente e habilidoso para recolher as informações e transformá-las em texto;

 

                       É necessário o domínio da língua portuguesa;

 

                       Precisa buscar a imparcialidade e isentar-se da matéria;

 

                       Não pode misturar fatos com opinião;

 

                       Sigilo sobre as fontes sempre;

 

                       Saber aceitar críticas e refletir sobre elas;

 

                       Saber separar a relação entre entrevistados/entrevistador e ter profissionalismo;

 

                       Buscar a originalidade e inovação.

 

Alguns princípios da nova era da Internet:

 

                       Antigamente os sites eram apenas depósitos isolados de informação em que a comunicação e seus canais possuíam uma só via. Hoje esta realidade mudou;

 

                       Os web sites são fontes de conteúdo e funcionalidade;

 

                       A comunicação tornou-se mais intensa, pois com a era da internet o envio de áudio e fotos, a manutenção de um blog e a liberdade de publicar comentários é algo de fácil entendimento e realização;

 

                       A nova era da internet e a versão da web 2.0 focam as áreas de criação e distribuição de conteúdos na web. Desta forma há uma comunicação aberta, o controle é descentralizado e há liberdade para compartilhar conteúdos;

 

                       Podemos dizer que com modelo da web 2.0, muitas pessoas podem comentar e colaborar com o conteúdo publicado.

 

Características e especificidades do texto para web

 

Há diversas maneiras de se usar textos e outros conteúdos na mídia eletrônica que são:

 

                     Transposição pura, ou seja, o texto produzido para a mídia de papel é transcrito sem nenhuma modificação para a rede. Em relação à vantagem destacamos uma maior disponibilidade se comparado ao impresso sendo que a distribuição é instantânea, rápida e há baixo custo na publicação. Além disso, há facilidade de visualização e impressão;

 

                     Quando falamos nos problemas e transtornos desta transposição, precisamos destacar que ela não aproveita bem os recursos que a era multimídia oferece. E ainda, existe a questão de que muitas pessoas acham desconfortável a leitura de textos extensos na tela do computador;

 

                     Transposição com uso de hyperlinks, ou seja, além do texto tradicional feito para o veículo impresso há utilização do formato hipertexto, com uso de links para notas de rodapé (complementação de algum dado relacionado à matéria principal como endereço ou telefone do local citado) e para outros textos. A vantagem deste tipo de publicação é que os links tornam a leitura mais rápida, pois facilitam a consulta a outras fontes e as notas;

 

                     A adaptação ao hipertexto no qual o texto impresso é reescrito e produzido especialmente para ser lido no ambiente web. Neste caso as informações estão dispostas em blocos com uma média de 100 palavras, com uso extensivo de hyperlinks e entretítulos ou subtítulos.

 

                     A vantagem desta prática é que a adaptação aproveita melhor a mídia, porém a produção acaba saindo mais cara, pois a reedição do material textual para mídia de papel é mais demorada.

 

                     A narrativa é desenvolvida através da hipermídia, ou seja, os textos e as imagens são pensados e editados para serem distribuídos em hipermídia.

 

                     Destacamos o grande aproveitamento dos recursos tecnológicos. Porém, o custo é muito alto e há pouco suporte para uso em mídia de papel.

 

É importante destacar que todo documento encontrado na internet independente de sua natureza, precisa atender a quatro princípios básicos. São eles:

 

1° – Princípio verificativo ou comprobatório;

 

2° – Princípio explicativo;

 

3° – Princípio editorial;

 

4° – Princípio de permanência.

 

O ato de procurar uma informação na internet não é feito da mesma maneira como costuma ser feito em arquivos de empresas ou de bibliotecas. Nestas, os arquivos apresentam sistemas de organização e filtragem que são capazes de tornar a informação pesquisada mais confiável.

 

Porém, na internet qualquer pessoa disponibiliza informações organizadas segundo critérios pessoais, o que torna mais difícil a identificação. Uma vantagem da internet é que os conteúdos dos meios de comunicação passaram a ser disponibilizados simultaneamente em todo o mundo.

 

1.4 - Siglas e nomenclaturas específicas do ambiente digital

 

A grande quantidade de siglas que são usadas na internet muitas vezes forma uma barreira na compreensão das pessoas que não dominam o assunto.

 

É importante romper estas barreiras e definir os conceitos básicos da tecnologia que são úteis no dia a dia dos profissionais que utilizam este meio para se comunicarem.

 

Veja abaixo algumas destas siglas e seus significados definidas pelo site alunosonline.com.br e pelo portal Wikipédia:

 

                     Adobe Acrobat Reader: exibe arquivos em PDF (extensão do arquivo);

 

                     Back up: faz cópia de segurança de dados em um dispositivo de armazenamento;

 

                     Bits: é a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou

transmitida;

 

                     Byte: unidade de medida da informação digital. Contém oito bits

consecutivos;

 

                     Endereço IP (Internet Protocol): protocolo da internet. É a identidade numérica de um servidor da web;

 

                     Feed: formato de dados usado em formas de comunicação com conteúdo atualizado frequentemente como sites de notícias ou blogs;

 

                     FTP: protocolo de transferência de arquivo;

 

                     Homepage: página de abertura de um site pela qual se chega às demais;

 

                     HTML: linguagem padrão de criação das páginas da web;

 

                     HTTP: hypertext transfer protocol (protocolo de transferência de hipertexto) é um protocolo de comunicação entre sistemas de informação que permite a transferência de dados entre redes de computadores, principalmente na World Wide Web (internet);

 

                     Internet: se refere à rede de computadores conectados que trocam informações;

 

                     K, M, G, T, KB, MB e GB: Respectivamente kilo, mega, giga, tera, kilobyte, megabyte, e gigabyte;

 

                     Link: conexão entre páginas, palavra, fotos ou gráficos em diferentes áreas da internet.

 

                     Memória cachê: armazenamento temporário de todos os arquivos baixados no computador durante a navegação na web;

 

                     MI (mensagem instantânea): é informal, rápida e eficiente;

 

                     Navegador da Web: ferramenta usada para acessar as informações da internet que são publicadas. Exemplos: Internet Explorer e Firefox;

                     RSS (Really Simple Syndication): permite fazer uma assinatura para ter acesso a um feed de informação que é transmitido diretamente ao leitor RSS ou navegador web;

 

                     Tag: estruturas de linguagem de marcação que consistem em breves instruções, tendo uma marca de início e outra de fim.

 

                     URL (Uniform Resource Locator): endereço da web, como os servidores leem;

 

                     Web 2.0: páginas da web cuja importância se deve principalmente a

participação dos usuários;

 

                     World Wide Web (www): se refere a um modo de acesso à informação através da Internet usando o http e os navegadores da web.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Unidade 2 – Ferramentas de Trabalho no Jornalismo Online 

 

Olá,

 

Com as técnicas e o surgimento de novas ferramentas digitais, os profissionais começaram a ter acesso às informações ainda desconhecidas que não foram divulgadas e muitas outras que estão disponíveis na rede.

 

O trabalho em jornalismo seja ele impresso ou digital apresenta algumas particularidades.

 

Veja abaixo, um guia com os 10 mandamentos para o jornalista que está começando no ramo da comunicação ou que deseja trabalhar com este segmento:

 

 

Dez mandamentos do futuro jornalista

 

1-                   O domínio da língua portuguesa é requisito básico na profissão. Habitue-se a ler diariamente jornais, revistas e livros e a manter-se atualizado com os demais meios de comunicação.

 

2-                   Prepare-se para passar alguns sábados e domingos dentro de uma redação ou na rua apurando uma matéria. A notícia não cumpre agenda e precisa ser divulgada todos os dias sem descanso.

 

3          - Saiba que o trabalho em equipe é importante na profissão. Ouça o que as pessoas têm a dizer, aprenda com os mais velhos e respeite os mais jovens. O jornalismo é uma carreira dinâmica e nada melhor do que construir uma sólida rede de contatos.

 

4          - Nem o melhor dos jornalistas sabe tudo sobre todos os assuntos.

Seja humilde e em caso de dúvidas não tenha vergonha de perguntar.

 

5          - Domine as ferramentas básicas de informática e aprenda um ou

mais idiomas em especial o inglês.

 

6          - Descubra "quem é quem" na área e mais do que isso, saiba construir sua rede de relacionamento, sua network, importante em qualquer carreira, principalmente na área de comunicação.

 

7- Seja curioso, busque novos conhecimentos e amplie seus horizontes.

Um bom jornalista tem na bagagem um vasto repertório de informações.

 

8      - Seja ético e honesto em seu trabalho, pois só assim conseguirá o

respeito e a credibilidade que o distinguirão na carreira.

 

9      - Procure especializar-se numa área pela qual você tenha interesse

genuíno.

 

10   - Valorize a vida acadêmica, desenvolva senso crítico para ingressar

e permanecer no mercado de trabalho.

 

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u320943.shtml

 

 

 

Nesta unidade você verá as técnicas e ferramentas necessárias para a execução do trabalho de jornalista online, quais os sites úteis e como elaborar pautas e criar sua agenda de fontes.

 

Bom estudo!

 

 

 

2.1 - Características e especificidades do jornalismo online

 

Entre as principais e mais importantes características do jornalismo online podemos destacar:

 

Instantaneidade

 

                       A instantaneidade refere-se à transmissão imediata e instantânea do fato;

 

                       Podemos dizer que a transmissão no jornalismo online assemelha-se a rapidez com que os dados são transmitidos pelo rádio;

 

                       É extremamente fácil, rápido e barato inserir ou modificar notícias;

 

                       Devido à euforia e a rapidez, algumas falhas podem ser detectadas; 

 

                       Quando a informação deixa de ser apurada de maneira mais completa e detalhada, existem a possibilidade de erros de português que devem ser corrigidos.

 

Interatividade

 

                     Caracteriza-se como a comunicação mediada por tecnologias em que há interação entre a mídia tecnológica e o ser humano;

 

                     Nas seções de cartas de jornais, TV e nos telefonemas para programas de rádio já havia algum tipo de interatividade nas mídias tradicionais;

 

                     A escolha de diversos "caminhos" para ler notícias é mais automatizada nas mídias digitais do que em mídias de papel;

 

                     Os hiperlinks tornam a tarefa muito mais fácil;

 

                     Nesta característica podemos destacar que o leitor tem à sua disposição, formulários com comentários sobre uma notícia que podem ser enviados simultaneamente à leitura da mesma.

 

Perenidade

 

                     Relacionada ao arquivamento, memória e capacidade de armazenamento de informação;

 

                     Podemos dizer em relação a esta característica, que o conteúdo jornalístico produzido, tem a possibilidade de ser armazenado por muitos anos;

 

                     Há possibilidade de armazenamento de uma grande quantidade de informação em pouco espaço.

 

Multimediação

 

                     Caracteriza-se pela utilização conjunta de várias linguagens que vão além do texto e da imagem estática, características do jornalismo tradicional;

 

                     Esta característica ressalta a utilização de vários tipos de mídia e formatos de arquivos que se convergem, para atingir todas as mídias;

 

                     São utilizados: texto e hipertexto em computador, áudio, imagem estática (fotos) e em movimento (clipes de vídeo) além de texto em papel, pois normalmente o conteúdo da internet é impresso.

 

Hipertextualidade

 

                     Caracteriza-se por uma hiperligação ou ligação, em que se faz uma referência a outro documento através de links ao longo do texto;

 

                     Já a hipermídia é caracterizada pelo uso de hiperlinks em conteúdo multimídia (áudio, vídeo, fotos, animações);

 

                     Os hiperlinks podem ser comparados aos sumários existentes nas mídias tradicionais.

 

Personalização de conteúdo

 

                     Esta característica é marcada pela customização, ou seja, devem-se colher as informações sobre os usuários e leitores dos sites, e oferecer para eles a mídia que mais lhes interessa;

 

                     Com a personalização os sites de informação (portais) podem permitir que os leitores escolham somente os temas que os interessam e que recebam apenas as notícias relacionadas a eles ao acessar a página principal;

 

                     Os usuários e participantes da tecnologia da web 2.0, utilizam tags como uma nova forma de organizar, catalogar e localizar os conteúdos que os próprios usuários criaram.

 

Como a escolha dos tags é feita de maneira informal e não pertence a nenhum esquema de classificação formalmente definido, esta classificação recebe o nome de folksonomia (que é uma analogia à taxonomia que se refere à classificação, porém inclui o prefixo folks, que é uma palavra da língua inglesa que significa “pessoas”) visto que a estrutura é definida pelos usuários e está mudando constantemente.

 

2.2 - Fontes jornalísticas

 

Podemos dizer que uma matéria jornalística só existe se houver fontes que a comprovem. Partindo deste princípio é importante destacar que apuração está diretamente ligada a termos como credibilidade, veracidade e poder.

 

O conceito de fontes em jornalismo parte do princípio, que estas são pessoas que podem apresentar-se de forma individual ou coletiva, além de serem documentos que servem de base para o jornalista ter conhecimento em relação às informações e opiniões.

As fontes têm a finalidade também, de verificar e confirmar dados obtidos.

 

Quando falamos de informações recebidas no ambiente virtual, dados cruzados por sites, blogs, entrevistas por e-mail e outros sistemas de comunicação instantânea, é preciso ter cautela e checar ainda mais as informações.

 

As fontes são classificadas de duas maneiras:

 

          Fontes oficiais: políticos governamentais, empresários, religiosos, documentos oficiais, portais institucionais de órgãos dos governos, fontes especializadas (assessores) entre outros.

 

          Fontes não oficiais: ONG’s, sindicatos, pessoas anônimas etc.

 

A fidelidade e eficácia das fontes podem ser observadas a partir de quatro fatores:

 

                       Habilidades comunicacionais, ou seja, a escrita, a fala e a leitura;

 

                       Atitudes no dia a dia, ou seja, comportamento em relação a si mesmo e aos outros;

 

                       Nível de conhecimento, sendo característica plena da instituição da qual trabalha e o domínio da mensagem que está transmitindo;

 

                       Posição na sociedade em relação às atitudes e ao contexto que está inserido.

 

É importante destacar que a fonte individual deve ter a capacidade de fornecer uma informação noticiável, ela é avaliada pela noticiabilidade. Já quando a fonte é um grupo, ela é avaliada pela autoridade e credibilidade e entra no topo da hierarquia das fontes.

 

Ordem de importância das notícias a partir das fontes:

 

                       Agenda ou rotina;

 

                       Ligadas ao governo;

 

                       Agências de notícias;

 

                       Outras entidades;

 

                       Pessoas anônimas.

 

Ao falarmos de fontes precisamos destacar a necessidade de organizá-las. Antigamente a forma mais habitual de fazer isso era através das conhecidas agendas de papel. Hoje, além do uso das tradicionais agendas há ainda recursos e programas tecnológicos que permitem a organização e armazenamento seguro destas informações.

 

Agenda Tradicional

 

 

 

Agenda Virtual ou Eletrônica

 

 

2.3 - Criação e elaboração de pautas

 

Inicialmente conceituaremos o que é uma pauta: “é a orientação que os repórteres recebem, descrevendo que tipo de reportagem será feita e com quem deverão falar, onde e como”. Destacamos que o objetivo inicial de uma pauta é planejar a edição.

 

Para produzir qualquer matéria jornalística, o profissional precisa ter um ponto de partida, um direcionamento. E com isso, a pauta torna-se um dos itens principais para o trabalho jornalístico, seja ele online ou impresso.

 

Através da pauta que é elaborada previamente, o repórter conseguirá ir até o local dos fatos, apurar detalhadamente e a partir daí construir sua reportagem.

 

As pautas feitas para o jornalismo online são mais dinâmicas que as produzidas para o jornalismo impresso, pois é preciso um aprofundamento e apuração maiores para que não se perca tempo produzindo a matéria. É importante lembrar que as pautas online precisam ser criativas e completas.

 

Além disso, na produção para a internet é necessário saber previamente quais os recursos tecnológicos e multimídias que serão utilizados e ainda se haverá algum tipo de interação com o público leitor.

 

Semelhanças entre a pauta para o impresso e pauta para o online:

 

                       Apuração correta;

 

                       Imparcialidade;

 

                       Bom texto;

 

                       Busca por novidades.

 

Itens indispensáveis em uma pauta para impresso e/ou jornalismo:

 

                       Resumo das ideias principais e dos acontecimentos que são o objetivo principal da reportagem (foco);

 

                       Quais as informações que o repórter precisará conseguir;

 

                       O posicionamento do veículo em relação ao caso (para que o repórter consiga elaborar seu texto);

 

                       Deve fornecer todos os dados necessários ao repórter como: nomes, cargos e telefones das pessoas entrevistadas, os horários e locais das entrevistas.

 

Itens indispensáveis em uma pauta para jornalismo online:

 

                       O tema e a questão central (proposta da pauta);

 

                       Encaminhamento;

                       Roteiro com as perguntas que devem ser respondidas;

 

                       Itens que são relevantes e que devem ser abordados;

 

                       Os perfis e pontos de vistas que são contemplados;

 

                       Histórico e informações adicionais;

 

                       Recursos multimídia que serão utilizados;

 

                       Necessidade de criação de infográficos;

 

                       Chamada de capa, links internos (ao longo da reportagem) e externos (capa);

 

                       Notícias anteriores relacionadas ao tema;

 

                       Interação com o público leitor: enquetes, links para bate-papo, fóruns de perguntas, entre outros.

 

Modelo de pauta para o jornalismo online:

 

1      Repórter;

 

2      Editoria;

 

3      Assunto;

 

4      Enfoque;

 

5      Informações preliminares;

 

6      Questões importantes;

7      Fontes;

 

8      Recursos multimídia: fotos, ilustrações/gráficos, áudio, vídeo;

 

9      Intertextos (links para textos relacionados);

 

10  Indicações de sites (saiba mais);

 

11  Memórias (matérias já publicadas na web sobre o assunto);

 

12  Recursos de interatividade (comentário, fórum, enquete, fale conosco etc).

 

2.4 - Ferramentas da tecnologia

 

As ferramentas digitais são responsáveis por abrir novos caminhos e modificar a forma de se produzir notícia. Os diversos recursos oferecidos pela internet são de grande utilidade desde que sejam bem aproveitados, e as tecnologias da informação e comunicação estão em permanente desenvolvimento.

 

Elementos básicos para o trabalho jornalístico online.

 

                     Hardware: escolha do computador e componentes que serão utilizados. É necessário um equipamento com um bom processador, uma quantidade significativa de memória, disco rígido bom e elementos que possibilitem a melhor utilização dos recursos online;

 

                     Software: dominar bem os programas utilizados para baixar, visualizar e alterar arquivos;

 

                     Formato: conhecer as extensões, tipos e formatos dos arquivos que serão trabalhados;

                     Idiomas: o conhecimento da língua inglesa auxilia no entendimento de muitos aplicativos que só possuem esta linguagem;

 

                     Critério de avaliação: saber determinar se as fontes são confiáveis e a credibilidade das mesmas. Ter possibilidade de checar as informações;

 

                     Critério de classificação: conseguir ter habilidade para organizar os recursos, por exemplo, na pasta de Favoritos,

 

                     Critérios eficientes de busca: deve-se ter uma base para realizar as buscas pela Internet. Saber orientar-se, eliminar dados desnecessários e ser preciso na hora de realizar as buscas ajuda no sucesso da atividade;

 

                     Pen drives e cartões de memória: os pequenos dispositivos com grande capacidade de armazenamento de dados são ferramentas interessantes para fazer back up de todos os documentos sempre que desligar o computador.

 

Tratamento de fotos, vídeos e áudio para a web.

 

A tecnologia digital tem a capacidade de afetar tanto os meios de produção quanto os próprios conteúdos. Além da publicação das notícias nos padrões do jornalismo online, estas podem conter vídeos e áudios.

 

É importante destacar que um bom entendimento e certa habilidade no uso de programas básicos de edição multimídia, levam o profissional a ter mais agilidade na produção das notícias online.

 

Dentre os programas mais utilizados para inserção e alteração de áudio, vídeo e imagens estão: 

 

 

 

Photoshop

 

 

  Fonte: http://www.baixaki.com.br/imagens/2582/102996.jpg

              

Windows Media Player

 

 

Fonte:http://fc01.deviantart.net/fs24/i/2007/323/d/f/WMP_11_Aero_Black_by_fediaFedia.p ng

 

 

 

 

 

 

 

 

 MP3 DirectCut

 

 

Fonte:http://4.bp.blogspot.com/t7hfKiGtYA0/TeGVG1aLCmI/AAAAAAAAAls/gDbeh4njo28/ s1600/Mp3DirectCut+2.11.gif 

 Wave Pad

 

 

                                   Fonte: http://images.six.betanews.com/screenshots/1152232270-1.gif  

 

 

 

 

 

 

BpowerAMP Music Converter

 

 

                                               Fonte: http://dbpoweramp.com/images/dmc/dmc-opt.png  

 Windows Media Enconder

              

 

                                  Fonte: http://www.digital-digest.com/software/images/Windows_Media_Encoder_main.png

 

   

 

 Windows Movie Maker

 

 

                                Fonte: PrtScr Monitor do computador

 

Os portais de notícias e os sites oficiais são atualizados constantemente e abastecidos a todo minuto com uma infinidade de materiais e dados. Diante disso, o acesso a este material torna-se uma tarefa básica de um profissional do jornalismo online.

 

Podemos dizer que a revolução digital gerou grande surpresa no setor da informação devido à maneira rápida e instantânea com que os novos equipamentos se impuseram nas redações, e pela influência que tiveram no processo de produção de notícias.

 

Vantagens em relação à gravação e edição de conteúdos no ambiente virtual

 

                     O processo de produção de notícias sofreu grandes alterações devido à

digitalização;

 

                     Podemos dizer que a partir da incorporação da fotografia digital e dos programas de edição eletrônica houve uma revolução nos processos de produção da imprensa escrita;

                     A melhora no produto final, o aceleramento da paginação e o encerramento mais tardio das edições foram alcançados graças à edição digital;

 

                     A possibilidade de se verificar na hora, a qualidade das imagens e a possibilidade de repetir a fotografia várias vezes até que se chegasse ao resultado pretendido, só foram possíveis devido ao surgimento das câmeras fotográficas digitais;

 

                     O envio de fotografias para a redação, feito a partir do próprio local do acontecimento, acelerou significativamente o processo de produção do jornal;

 

                     Novos softwares para o rádio e a televisão possibilitaram a redução do tempo de produção;

 

                     Muitos dos trabalhos feitos anteriormente só por editores hoje podem ser realizados por jornalistas, através do trabalho com ferramentas de edição de som e vídeo.

 

 Conclusão do Módulo I

Olá, aluno(a)!

 

Você está quase chegando ao fim da primeira etapa do nosso curso de Jornalismo Online, oferecido pelos Cursos 24 horas.

 

Neste módulo abordamos diversos assuntos dentro da área de jornalismo online! Entendemos sobre o conceito da notícia online, o universo da web e de como cada vez mais a internet faz parte de nossas vidas.

 

Para passar para o próximo módulo, você deverá realizar uma avaliação referente a este módulo já estudado. A avaliação encontra-se em sua sala virtual. Fique tranquilo(a) e faça sua avaliação quando se sentir preparado!

Desejamos um bom estudo, boa e sorte e uma boa avaliação!

 

Até logo!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A ADCPIN ASSOCIAÇÃO DE COMUNICADORES E PROFISSSIONAIS DE IMPRENSA DO NORDESTE PARCERIA A ASSORAC ASSOCIAÇÃO RAIZES DA CULTURA

  Apresentação: A ADCPIN E A ASSORAC Ambas tem se destacado por seus compromissos com o desenvolvimento profissional e pessoal dos traba...